"Nem todas as mães amam os filhos"
de Rose Ferreira
Editora Paulinas
Eu bati o olho neste livro no site da editora e quis ler...
Minha primeira pergunta foi "como assim?"
[...]
Sim. Uma história real.
A autora conta sua própria história.
A autora conta sua história desde o nascimento...
Sou mãe, vocês sabem... rs.... foi impossível ler cada parte da história sem relacionar à minha vida materna nos mesmos momentos citados.
Sendo assim, o nascimento de minha filha Lara foi o auge do meu "ser humano"... parece clichê, mas é isso, só quem viveu sabe do quê estou falando.
Não, espera aí....
A autora disse que os pais dela "evitavam qualquer coisa que interrompesse a vida feliz do casal, especialmente filhos"... oi???
Pois é. A mãe fazia abortos sempre que engravidava [....] na casa da D. Adélia, que fazia os partos e abortos do bairro há 30 anos.
Mas, não dessa vez. A senhora disse que não seria possível pelo tempo de gravidez.
O casal então, esperava o nascimento de Antônio Carlos, nome escolhido.
O nascimento então mudou a vida da mãe, que "só" cuidava do bebê. O pai seguia a vida social de festas e clube. Vejo isso em muitas mães que acompanho nas redes sociais.
A filha tornou-se um atraso na vida da mãe, ela dava a ele a culpa de tudo, a responsabilizava por sua infelicidade e lhe travava mal, física e psicologicamente.
A história segue e em muitos momentos precisei parar de ler para chorar e muito.
[...]
Essa mãe, obrigava a autora a permanecer na cama até ela própria acordar. E ela permanecia. Com vontade de fazer xixi até não segurar mais e fazer na cama. E apanhar por conta disso.
Tomava café da manhã e em poucas hora já tinha que almoçar. E tinha que comer com o chinelo ao lado, pra apanhar caso não comesse.
Saia passear e mantinha a filha amarrada numa cadeira até voltar..... e a criança achava bom, pelo menos ela não estava em casa....
Batia e escolhia onde bater para ninguém saber. O pai nunca soube.
Os avós moravam no quintal e ela não deixava a menina ir na casa deles.
Não ganhava brinquedos. Tinha apenas alguns. E num certo natal, viu as crianças do bairro com seus brinquedos. A mãe os deu...
A história segue. A autora cresce, vai à escola, vira adolescente, adulta, se casou... nada muda, pricipalmente suas perguntas sobre o amor.... materno.
Conheceu a vida dura e a morte também dura.
Depois, viu sua mãe tentar afastá-la de seu marido da mesma forma que fazia com seu pai... falava aos vizinhos que a maltratava...
Entre outras coisas que decidi não postar aqui, para você poder ler... eu chorei muitas vezes com o livro e me orgulho demais de amar minha Lara e tentar fazer da vida dela de criança a melhor que eu puder a cada dia, a cada momento....