O diário de Anne Frank

Livro
O diário de Anne Frank
Otto H. Frank e Mirjam Pressler
Record
2008
325 págs.

O que fazia você quando tinha 13 anos???

Anne, uma garota de 13 anos como tantas outras: ia a escola, tinha melhores amigas, a quem adorava mostrar os presentes que ganhou de aniversário... Uma menina.

A menina que escreve no seu diário ... sobre a Guerra.

Oi?!... algo nesta história acaba de ficar sombrio, duro de aceitar.

Lendo e pensando: com 13 anos eu escrevia no meu diário, sim, mas escrevia sobre minha vida na escola, ia em festas de amigas, treinava ginástica olímpica, estudava piano, brincava de boneca e adorava ler. Nada de Guerra.... Uma privilegiada!!

Anne ganhou o diário de seu pai, presente pelo seu aniversário de 13 anos.

Era 12 de Junho de 1942.

A partir daí, Anne passa a escrever no diário a quem chama de Querido Kitty, e o trata como um amigo mesmo. Anne era muito inteligente, lia muito e escrevia muito bem!

"Tenho vontade de escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de tirar todo tipo de coisas de dentro de meu peito". (pág. 16)

"O papel tem mais paciência do que as pessoas".

Minha leitura demorou quase 30 dias...
E eu já estava angustiada, não aguentava mais!

Imagina...

Anne ficou escondida, enclausurada, com mais 7 pessoas num anexo secreto... nos fundos do escritório de Otto, seu pai.

"... seria melhor construírmos uma estante de livros na frente da entrada de nosso esconderijo". (pág. 42)

A convivência em situações normais já não é tão fácil não é mesmo?
Os moradores do anexo discutem e batem-boca o tempo todo e, tratam Anne muito mal, reclama de tudo o que ela fala ou faz... não bastasse ter que morar num esconderijo....

"Algumas vezes tenho medo de que meu rosto afrouxe com toda essa tristeza..." (pág. 145)

A cada dia do diário, Anne vai contando sobre estes e outros assuntos "comuns" do dia-a-dia, como as comidas que comiam e como eram armazenadas e produzidas; estudos e livros que ela lia; o banheiro e os horários em que podia ser utilizado (Aff...), sonhos, medos e desejos, roubo do prédio (várias vezes tiveram que ficar em silêncio por horas), doenças (ficar doente num esconderijo...), tiros, bombardeios e notícias sobre os absurdos da guerra que ouviam pelo rádio.

"O espírito do homem é grande e seus atos são tão mesquinhos". (pág. 159)

Da tristeza de Anne se sentir sempre só, sem ter com quem conversar, ela e Peter vão se aproximar e se tornam + que "amigos"...

Mais ou menos na metade do livro (pág. 180) há algumas fotos dos moradores do anexo e pessoas do escritório de Otto, que ajudavam trazendo comida e providenciando presentes, nas datas de aniversários.

Em determinados momentos, fiquei bem "revoltada" com a leitura, ficava alguns dias sem ler, começava a ler outros livros e depois retomava...

Anne conta sobre a 2a Guerra Mundial e sobre o ódio de Hitler ao povo judeu; em dado momento, ouvem no rádio que o governo estava juntando todos os "diários" encontrados para serem publicados no futuro.

Anne queria ser escritora quando ficasse mais velha ... mal sabia ela que já era aos 13 anos!

Mas...

"O mundo virou de cabeça para baixo..." (pág. 314)

E em 1 de Agosto de 1944, Anne escreveu no diário uma última vez.

"Na manhã de 4 de Agosto de 1944, um carro parou no Prinsengracht, 263(...) e, depois de presos, os oito moradores do Anexo foram levados primeiro para uma prisão e(..) depois para o campo de triagem para judeus (..)".

O fim para eles, menos para Otto o pai de Anne, que sobreviveu ao campo de concentração. E colocou em prática o desejo de Anne ser escritora.

Iniciei a leitura dia 13 de Janeiro.

Terminei hoje, 10 de Fevereiro.

Obrigada Ale por emprestar o livro para minha leitura💟

Quer saber mais e ver muitas fotos?

https://www.annefrank.org/en/

Também já li e resenhei um outro livro

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